Em Moçímboa não havia colonos
portugueses a trabalhar na agricultura visto haver guerra, os que tinham lá
existido ou foram mortos ou, a maior parte deles, fugiram para o sul.
Aqui tínhamos um preto que morava
na mata a cerca de cinquenta quilómetros de Ribaué, tinha duas armas do
exército e caçava para a nossa Companhia. Já era caçador das outras Companhias
que por ali tinham passado, usava uma gruta, que por sinal era muito fresca,
onde guardava em quatro arcas térmicas, a caça e todos os sábados lá ia um
condutor buscar as ditas arcas e deixar lá outras tantas, a primeira vez que lá
fui levei um preto que era civil mas estava a trabalhar no quartel como
alfaiate e lavagem de roupa (para lavar a nossa roupa havia aqui seis
africanos) enquanto em Moçímboa pagávamos 50$00 por mês para lavagem de roupa,
aqui não pagávamos nada, eles comiam e a Companhia é que acertava as contas com
eles.